sábado, dezembro 20, 2003

A CÓLERA INTESTINA DO DELGADO

O Luís Delgado, grão-emético de serviço à lusa imprensa, rejubila com a prisão do monstro Saddam. Muitos rejubilam e ovacionam, mas ele fá-lo como se tivesse participado na detenção, nas investigações e pistagens. Percebe-se porquê: o homem é americanóide dos quatro custados, o campeão dos wannabe american cá do sítio. Como bom cobarde, sabujo de serviço, a soldo, quer destacar-se, agradar, dar ao rabo mais que todos...não lhe basta a prisão, que o algemem e levem sob escolta: quer dar-lhe pontapés, cuspir-lhe nas barbas hirsutas, chamar-lhe nomes! O Hitler, ao menos, era europeu e deu um tiro nos cornos (diz ele, como se tivesse assistido); mas este é um cabrão dum árabe imundo, escondido num buraco!
Não é por acaso que este Luís partilha o nome com um intestino célebre: fica-lhe mesmo a matar. Ao ouvi-lo ladrar, até o monstro Saddam dá pena! Em vez de nos apetecer dar pontapés no Saddam, dá-nos ganas é de correr a pontapés o Delgado! A sua hipocrisia deslavada pede meças à misericórdia divina!...
O mundo pode agora dormir descansado: prenderam o monstro; o presidente WC Bush subiu nas sondagens! O Delgado vela e, da porta da casota, sacode a corrente, coça a coleira, e guarda a casa ao dono.
A sua última grande pérola chama-se, sugestivamente, "Saddam Bufo" (está no Diário Digital, de 16/12/2003).
Ninguém, fora os presumíveis captores, sabe onde está Saddam nem o que está a fazer (ou lhe estão a fazer). Aliás, ninguém até hoje sabe claramente o que se passou com as Torres do WTC. Delgado também não sabe, nem de Saddam nem das torres. Mas como lhe compete ladrar, ladra. E jura que Saddam é um bufo porque "um ditador deste tipo, mais cobarde do que se acreditava, fará tudo para «salvar a pele», como fez, aliás, ao sair do «buraco» onde estava" (sic).
Vale a pena ler o artigo. Não pelo português, que é dum basismo inerente ao produtor, mas pela sensação inquívoca que deixa no leitor: a de que Delgado fala simultaneamente de Saddam e dele próprio, ou seja, de Saddam a partir dele próprio...Como se para extrapolar uma lei, o aprendiz de cientista, se socorresse da amostra que tinha mais à mão.
Como todos os acólitos, Delgado confunde factos com anseios. Saddam está a fazer o que ele, Delgado, gostava que ele, Saddam, fizesse. Ou melhor, aquilo que o Saddam faria se fosse ele, Delgado. É por isso que o título do artigo não quadra: Devia ser: "Se eu fosse o Saddam".
Ponham-lhe este título -aliás, devido - e leiam então de seguida o artigo. Vão ver se não faz, então, o maior sentido.

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