sexta-feira, abril 09, 2004

PORTUGUESES, VOADORES, NÃO-IDENTIFICADOS

As Eurosondagens são esclarecedoras:
Os portugueses não estão preocupados com atentados terroristas; não os incomoda essa hipótese; e mais acrescentam que caso essa desgraça acontecesse os serviços de socorro, de certeza, não estariam preparados para reagir.
Eu já expliquei várias vezes neste blog porque é que os portugueses não têm medo, nem os presumíveis terroristas têm interesse numa joint venture trágica. Recordo: Com os políticos, empresários e jornalistas que por aqui campeiam (pra já não falar nos artistas e cantores pimba), é difícil que qualquer terrorista de importação consiga granjear grande notoriedade. O produto interno, a tecnologia de ponta cá do burgo, não lhe dá a mínima hipótese, desencoraja-o logo à partida
Mas nestas sondagens ora anunciadas acresce mais um pormenor significativo: a época do calendário em que foram feitas. Ou seja, em vésperas dum fim de semana prolongado, com céu azul e tolerância de ponto. Precisamente nesse momento crucial em que uma miríade de portugueses, pacatos chefes de família - mal se encarcerem nas respectivas viaturas com vários telemóveis e os mais insondáveis desígnios-, estão prestes a transformar-se, eles próprios, em terroristas. Corrijo: Super-terroristas.
Sim, porque tal qual o Super-homem tinha a cabine telefónica, nós temos o carro. O carro-telefónico. No resto é o decalque perfeito: também entramos feitos desvalidos cidadãos; adquirimos, num ápice, super-poderes fabulosos; e saímos em voos supersónicos. Verdadeiros POVNIs -portugueses, voadores, não identificados. Especialmente as crianças, imagine-se...
Só é pena que, às tragédias (e ao contrário do Super-Homem), nos fascine mais provocá-las que impedi-las... Mas isso são pintelhices.

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