terça-feira, abril 04, 2006

Chocar o macaco



O MP-S, um ilustre e venerando leitor desta espelunca assaz sinistra, malfazeja e também lúgubre, a propósito do postal anterior, coloca uma questão que, pela sua suculência, reclama honras de primeira página. Pergunta ele, Deus o abençoe:
«Mas estará o Dragoscópio a transformar-se numa barraquinha de feira?!?!»

Acredito que esta seja uma preocupação que atenazará muitos passantes. Por isso mesmo, de modo a tranquilizá-los e, de caminho, também a esclarecê-los -espero bem que duma vez por todas! -, tenho a depor o seguinte:
O Dragoscópio sempre foi uma barraca de feira. Com uma singularidade muito especial: aqui não é o basbaque que atira ao alvo, mas o dragão residente que atira ao basbaque. O que se perde em receita monetária, ganha-se em desopilanço espiritual, em desanojo retemperante da figadeira. É, direi mais, uma catarse esplêndida. Uma perpétua primavera! Bem melhor que chá de urtigas.
Desde que se respeite sempre, claro está, o método Jarry, nas suas famosas duas fases: primeiro provoca-se o basbaque; depois dá-se-lhe nas trombas!

Por outras palavras, e numa síntese mais filosófica: aqui choca-se o burguês! E para chocar esse grande filho da puta, meus amigos, que ninguém duvide: VALE TUDO!!
Pena, mesmo pena, só tenho de uma coisa: que esta merda, em vez de caixa de comentários, não tenha um ringue de boxe.

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