quarta-feira, novembro 01, 2006

Mosquitos por cordas ou calcanhares pelos cotovelos

As coisas são como são. E há verdades que precisam de ser ditas. Não apenas verdades fundamentais, transcendentes, mas também verdades comezinhas, insignificantes. Como, por exemplo, esta: é certo e sabido que não faz parte dos meus planos, até ao fim dos meus dias, ler os romances, novelas, poemas ou ensaios do ilustre Miguel Sousa Tavares. Para ser franco, nem sequer li ou faço tenções de ler a sábia mãezinha dele, ou o não menos emérito paizinho; e quanto aos avós, maternos e paternos, que decerto os teve com não inferior recheio de méritos, posso apresentar idênticas credenciais e garantias.
Por conseguinte, e como deverão calcular, é-me absolutamente indiferente que método o Tavares usa para a elaboração das suas obras: se as destila, se as encomenda, se as plagia, se as regurgita, se as debulha, se as debita, se as segrega ou espreme no lagar das portentosas meninges, repito, não me interessa. E se, como por aí se ramalha, andou no plágio, não acho bem nem mal: pura e simplesmente, não me diz respeito. Antes no plágio que na droga, ou a assaltar, digo, administrar empresas. E, já agora, que estou com a mão na massa, quem diz o Miguel Sousa Tavares, diz a Clara Ferreira Alves, a Inês Pedrosa, o Saramago, a Agustina, o Lobo Antunes, o Al Berto, o Eduardo Lourenço, o Jacinto Lucas Pires e tantos outros génios da lamparina cá do burgo. Que escrevam todos o que muito bem entendam, pelo método que lhes der mais jeito. Desde que não apareça uma qualquer lei peregrina, um “Código da Estrada Cultural” que, sob pena de multa e prisão, me obrigue a lê-los ou subsidiá-los, nada tenho a obstar.
Além destas, outra verdade trivial não menos digna que importa proclamar é que nunca me afligiram sentimentos do estilo “consciência de classe”, ou, ainda menos, “consciência de corporação”. Por conseguinte, lamento muito mas não me sinto minimamente definido - na profissão ou na essência - pelo termo bloguista, ou, tão pouco, pela sua sub-espécie bloguista anónimo. Nem, ainda, minimamente ofendido de cada vez que um figurão qualquer das letras apasquinadas se lembra de aliviar os fígados numa qualquer figurinha dos blogues, anónima ou possidónima, mas quase sempre a arder em frémitos de ascender a colunista de jornal. De facto, confesso-o até com certo gozo: não me dói nada quando apedrejam a corporação. Com paulada nos lombos alheios posso eu bem. E como os meus, pelos vistos, e qualquer triste razão que me escapa, não atraem os valentões das dúzias... Além do mais, que eu saiba, bloguista ainda não é sinónimo de anjinho de coro. Por muitos que armem em vestal ofendida sempre que o carteiro lhe bate à porta, julgo que ainda não. Mal fora.
Assim, no que me diz respeito, se um qualquer blogue veio denunciar um putativo pecado do Tavares romancista, é lá entre eles. Se uma série de gente, dos blogues aos jornais, se excita e titila muito com este género de minhoquices e desata num clamor varejeiro, em carrossel azucrinante de roda do fulano, que lhes faça bom proveito. A todos. Que, entretanto, derivado disso, o dito cujo se atire aos blogues anónimos, porque o blogue delator é anónimo, não me escandaliza por aí além: é apenas mais uma daquelas generalizações típicas e ordinárias que não abonam nada em favor da mioleira do perpetrante.
Não obstante, deveria indignar-me - eu que não leio o Tavares -, por o Tavares não ler blogues? Deveria enfurecer-me –eu, que desanco escribas a esmo -, por o Tavares vilipendiar a santíssima comunidade anónima dos blogues? Para cúmulo do ridículo, deveria esbaforir-me, a bater com os calcanhares no cérebro – eu, que não perco tempo com as literatices do Tavares – para tomar nota das descobertas mirabolantes que um qualquer blogue peregrino espiolhou nas ditas? Tenham dó. O enredo é duma pobreza franciscana que só visto: um tipo que eu não leio pôs-se a plagiar um livro que eu nem sequer sabia que existia. Bonito serviço! Que grande abalo que isso me dá. Que sismo de grau catastrófico em todo o meu universo mental!... Está-se mesmo a ver. Mais lamentável que perder tempo com pintelhices, só mesmo gastá-lo a recensear os chatos que lá pastam.
Por outro lado, já se perdeu completamente o respeito ao significado das palavras. Seguramente, é o que todo este chinfrim por tão pouca coisa atesta. Já taxam de plágio uma porcariazita qualquer. Já confundem transfusão de ninharia com plágio. Plágio, que diabo, era ele ter fanado Cervantes, Stendhal, Rabelais. No mínimo, Vian ou Conrad. O Suskind, ainda vá lá. Agora o não-sei-quantos que pariu não-sei-quê, façam-me um favor!, estão a armar um furacão num copo de água. Uma nanokatrinada sem pés nem cabeça! No máximo, o sujeito debicou uma pérola de bosta e regurgitou-a. Que mal é que isso tem? Não o fazemos todos, todos os dias?
Mas se classificar de plágio uma insignificância destas já é exagero, que dizer então do pressuposto e feroz ataque à blogosfera anónima por parte do Tavares, protagonizada no artigo retaliante do último “Expresso”?...Uma exorbitância desmedida é o que eu lhe chamo. Eu e qualquer pessoa de bom senso. Atacado por um mosquito virtual, um gigantone das letras lusas, descabelado, desata aos tiros nos pés – pés, esses, que, pelos vistos e ainda por cima, são de barro. Que mal pode vir daí ao mundo? Que raio, os pés são dele. Se os faz em cacos, em que é que isso nos fere ou contende? Bem, a não ser que toda esta gente se fantasie sob os pés do Tavares... Que este o imagine, até se compreende: esmaga a blogosfera a pés e reforça o massacre com tiros, por via das dúvidas. Sacrifica as próprias bases a uma certeza exterminadora.
Mas atente-se na "ferocidade" do ataque. Porque isto já vai longo, recolho apenas três cartuchos do tiroteio, para análise e despiste...
1. Diz ele, o Tavares: «Não há liberdade de expressão onde existe impunidade do discurso.»
Que é que se pode extrair duma munição falhada destas? Que só há liberdade de expressão onde o discurso é punido. Na China, por exemplo; ou no Zimbawe; ou na Coreia do Norte. Só me exprimo livremente quando a seguir levo uma cacetada na cabeça? Ou me despejam no desemprego? Ou me subministram electrochoques nos testículos? É isto?
2. A seguir ao direito, atira-se ao esquerdo: «Como poderá alguém defender-se convincentemente de um blogue anónimo que o acuse de pedofilia, tráfico de drogas ou qualquer outra coisa abominável?»
Isto, aqui entre nós, é bater o record dos cinquenta metros mariposa na piscina olímpica do absurdo. É o mesmo que perguntar como pode alguém defender-se convincentemente dum ataque que não é minimamente convincente. Por outras palavras, como pode alguém defender-se eficazmente duma coisa que não o atinge? Como posso eu proteger-me dum tipo que está a dar tiros nas nuvens ou a espancar furiosamente o oceano? É realmente um paradoxo digno dum Novo-Zenão.
A não ser que subitamente o discurso anónimo tenha ganho foros de credibilidade excelsa, demiúrgica, vudu. Em que é que ficamos? Criaturas que são do mais desclassificado que imaginar se possa não são com certeza epítome da credibilidade. Ou são?
3. O traque mestre, pela perna abaixo: «O que já sabia dos blogues confirmei: em grande parte, este é o paraíso do discurso impune, da cobardia mais desavergonhada, da desforra dos medíocres e dessa tão velha e tão trágica doença portuguesa que é a inveja.»
Ora, quanto a mim, este ainda é o trecho menos estapafúrdio da confrangedora auto-flagelação a que o desastrado Tavares, pública e penosamente, se prestou. Sobretudo, porque não anda longe da verdade.
O problema é que se abeiraria ainda mais dela, a todo o galope, caso substituísse o substantivo “blogues” pelo congénere “jornais”. E mergulharia de cabeça na dita se em vez de ambos escrevesse “Portugal”. Todo o trecho ganharia então pleno e vibrante sentido. Até porque perspectivado o fenómeno em toda a sua devida amplitude, uma conclusão emergiria de pronto, inexpugnável: em matéria de discurso impune, dada a quantidade deles que, em regime quasininterrupto, debita por jornais, rádios e televisões, caro Tavares, acredite: ninguém aqui, na anonimosfera, por mais que tecle pelos cotovelos, lhe chega aos calcanhares.

32 comentários:

Anónimo disse...

clap clap clap clap clap

Colateral

Anónimo disse...

ahahahahah! Boa!

Apoiado ó dragão, farrusca os "gajos" com essas chamas incandescentes.

Pois é, segundo o tavares (o indignadíssimo queixoso), um dos suspeitos da "calunia" é um tipo do b.e. com aspecto de troglodita que até escreve num jornaleco reles chamado expresso (mas sem café).

josé disse...

Bem escrito.
Porém, em relação ao "Tavares" discordo da dissertação sobre a irrelevância do livro de importãncia nula.

A importância nula de um livro como esse, deve ser realçada para prevenir papalvos de o consumirem como produto acabado da mente brilhante de um mito.
Mitos e lêndias é o que não falta neste Portugal. E mostrar de que são feitos é uma obra de caridade, muitas vezes.

A denúncia de aldrabices patenteadas ao público, nunca é do domínio das consciências individuais e reservadas. Para isso, acabavam os críticos de letras e que apresentam a sua versão de leitores hipoteticamente mais esclarecidos.
Discutir se os haverá em Portugal, é outra matéria.
Mas ler uma crítica de John Kenneth Galbraith ao livro de Dominique Lapierre e Larry Collins que relatam os últimos dias do colonialismo inglês na Índia, é uma maravilha.
Poder escrever que o livro( o francês) está mal escrito e apontar porquê e ainda assim, dizer que vale a pena ler o relato dos acontecimentos sobre algo que pouca gente conhecia, apontando exemplo, honra o crítico que acrescenta novidade ao livro, mesmo que este seja fraco.

Faz-me lembrar algumas críticas a discos que ouvia e que considerava serem melhores do que o próprio disco.

Denunciar um plágio tipo CPC na Visão e que copiava ideias inteiras e completas em frases, de um artigo na New Yorker, é uma necessidade. Em nome da sanidade mental dos leitores desprevenidos e para castigo de quem aldraba.

Denunciar a cópia de parágrafos, em várias páginas, com frases idênticas a narrar acontecimentos com o mesmo estilo, ritmo e cadência factual, parece-me outra necessidade.

Mesmo que a noção de plágio possa merecer outro enquadramento, o que se fez, fica à vista de todos e todos poderão comparar. Enquanto comparam, aprecebem-se que na Índia houve uma revolução contra os ingleses e que a cultura indiana não era bem como a nossa.
O modo como MST narra certos acontecimentos e descreve certas situações, com inspiração directa e pasteada no livro de outrém, parece digno de crítica.
E foi isso que a meu ver alguém fez.
O resto, será para discussão sobre o mérito dessa crítica.

dragão disse...

Caro Haja Pachorra, nesses eu já malhei com fartura. Vou repostar o assunto para que possa comprová-lo.

Caro José, acho que não estás bem a ver o que é o panorama das "letras e artes" não só neste país, como por esse mundo fora. A salsicharia dos best-sellers,então, só por si, mereceria uma telenovela em horário nobre.
E os papalvos querem lá saber que o livro seja plagiado ou não. Eles não compram o livro por causa das letras. Compram-no como compram sabonetes, shampôs ou aparelhagens. Compram-no porque é um gajo que aparece na televisão, tem uma popa e a mãe até escrevia versos.

zazie disse...

"Antes no plágio que na droga"

ahahahahahhaa

não há nada melhor que ver as coisas à distância para se lhes apanhar o ridículo.


Pois se a investigação séria até chega a ser plagiada nas editoras, antes da publicação. E tudo fica na mesma, quanto mais uma treta destas.

timshel disse...

"os papalvos querem lá saber que o livro seja plagiado ou não. Eles não compram o livro por causa das letras. Compram-no como compram sabonetes, shampôs ou aparelhagens. Compram-no porque é um gajo que aparece na televisão, tem uma popa e a mãe até escrevia versos"


não estou de acordo

o nome do autor de um livro plagiado (ou não) sobre o qual se arengou por todo o lado por causa de ser plagiado (ou não) vai entrando qual água mole na cabeça dura dos papalvos (é a estratégia da publicidade) - passam a ter na estante um livro de um gajo de quem toda a gente fala a propósito de mais uma merda qualquer

zazie disse...

E o Ministério da Educação não o usou já, num qualquer exame nacional, precisamente numa passagem com uma calinada histórica?

zazie disse...

Quanto ao resto, como disse na GL, parece-me tudo muito bem escolhinho. A ver se se lembram de citar no jornal os ataques draconianos ou os do Arrebenta.

Claro que não. E não é por acaso.

dragão disse...

O Timsshel está de acordo e complementa. E eu, desta vez, a título excepcional, até concordo com o complemento dele. Obrigadinho, pá!

Zazie, isto dos "anónimos" tem muito que se lhe diga. Confunde-se muito o "pseudo-anónimo" com o "anónimo integral".
No vertente caso, do MST, foi claramente um tipo(s) que veio postar-se de emboscada com um esquema previamente montado. Há toda uma rede de cumplicidades de antemão urdidas. Fosse ele um simples anónimo, sem essa trama de apoio, e a esta hora quem é que sabia sequer do blogue, ou quem é que ligava para o que lá vinha escrito.
Pura sacanice, marketing, ou ambas as coisas. Espontaneidade nisto tudo: zero.

zazie disse...

E nos outros exemplos de solidariedade com "honra manchada" também. Era a isso que me referia. What is in a name...

zazie disse...

Quanto à crítica, o VPV já tinha mandado umas bocas apenas por se chatear com as calinadas históricas e não houve barulho.

No caso até desprezou o lado "pseudo-literário" dizendo que estava entre o patusco e patético e que só devia interessar a qualquer indústria alimentar.

Os restantes críticos nem abriram a boca. Se calhar, por mera sensatez de nem valer a pena, ou por uso de fasquia idêntica.
Se tivessem achado que valia, não era preciso passar tanto tempo para se descobrirem aquelas passagens copiadas.

Anónimo disse...

eu estou como o Dragão: dá-se-me cá um abalo ao pífaro...

Colateral

Anónimo disse...

Parece-me que o "timshel" tem uma certa razão- esta cena do plágio, pode muito bem ser uma estratégia de "marketing", para vender melhor um livro que, se calhar,não teve a saída esperada; e o aproveitamento da defesa para pôr em causa os bloguistas- seres anónimos e irresponsáveis que habitam o paraíso do discurso impune-, cheira mesmo mal- não se esteja a preparar legislação para acabar com a espécie...
É que a maior parte destes abrilados são muito "democratas" lá entre eles, que nem sabem o que significa a palavra, mas mandam calar qq José H. Saraiva tão autoritariamente como qq fascistóide o fazia noutros tempos. Isto é assim: para tudo é preciso ter classe!
A classe do Dragão!

timshel disse...

já que o dragão está de acordo comigo a título excepcional eu também posso estar de acordo com ele a título ainda mais excepcional:

caro anónimo

repare bem no que o dragão sublinhou muitíssimo bem:

se o blogue do plágio fosse um simples anónimo, com os milhares de blogues que aparecem todos os dias, a esta hora ninguém ainda sabia sequer do blogue ou toda a gente se cagava para o que lá vinha escrito

não aprecio particularmente as teorias da conspiração mas é preciso muito trabalhinho e muita organização para assim não ter sido

e a eterna questão: a quem aproveita esta cegada toda? (como não aparentemente não há sexo atrás do móbil deste trabalhinho resta apenas o poder e o dinheiro)

josé disse...

Talvez um pouco mais de reflexão nos dê a diemsão exacta do fenómeno.

A blogosdera lusa é muito limitada, ainda.
Parece que não se formos a saber que há milhares de blogs. Mas não é assim porque os blogs já conhecidos de pesoas que frequentam os mesmos blogs e se referenciam, permite que a informação sobre certos assuntos se espalhe rapidamente como algo que se sabe sempre quando acontece. É o fenémeno do passa palavra, simples de entender.
No caso do blog do Espectro, bastou que alguém tomasse conhecimento da sua existência para se tornar um fenómeno de popularidade entre os "habitués".
Com o Abrupto foi a mesmíssima coisa e a notoriedade advém de por detrás desses blogs estarem pessoas já notoriamente conhecidas.
O caso do blog anónimo que denunciou um suposto plágio de MST, é idêntico: a personagem é figura pública conhecida, pouco consensual; logo o fogo pegou como na estopa.

Se o blogger denunciador tivesse nome posto, o problema seria mais interessante, porque náo havia o único argumento de que MST se serve: atacar o mensageiro da péssima notícia para a sua reputação.
Mesmo que a divulgação leve as pessoas a comprar mais livros, na verdade, um a denúncia de plágio é o pior que se pode fazer a um escritor que tem a mania que até escreveu um livro bem escrito, original e tudo.

É essa a questão, parece-me a mim.

Ah! E existe um plágio de frases do outro livro, que me parece evidente, mas que deverá ser analisado do ponto de vista legal e de ética de escrita.
Isso é o que não vejo a ser feito.

tetei por isso, dar uma ajuda, com recurso a um plágio integral.
Aqui.

zazie disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
zazie disse...

Pois eu tenho outra teoria.

Não acredito que bastasse abrir um blogue e postar aquilo para darem com ele. Mas é claro que bastaria enviar uns mails para certas pessoas e em segundos a coisa estava "no ar". Aliás, continuo a receber mails de um tal Major Alverca que lá vai enviando os novos links e cópias da cópia.

O que não me parece bater certo é aquela alteração do início do livro.

Não havia necessidade para provar que havia cópia e o início de um livro é o mais fácil de confrontar.

Achei estranha essa mentira. Assim como a alteração do outro em que se baseou.
Mas foi por aí, por essa pequena fraude de quem denunciou que a fraude maior se quis sustentar.


Depois, o MST diz que é um desgraçado de um anónimo é é com base nesse anonimato (tipo carta enviada sem possibilidade de lhe encontrar o rasto) que o acusa.

Mas, no dia seguinte, já sabe detalhes do dito anónimo, incluindo o partido em que milita.

Isto é uma grande treta. Para começar nega logo o anonimato como forma de cobertura. Prova até o contrário. Que de um dia para o outro, o Blogger tem capacidade de identificar um registo de forma tão detalhada que até lhe descobre a filiação política.

Estes são os factos que me levam a não acreditar na tal espontaneidade da historieta. Com o acréscimo de depois ser substituído por propaganda ao próprio MST, sem precisar de mudar o URL.

Dá ideia que a coisa estava para sair e foi abortada e desacreditada pela "vítima".

Entretanto saiu, mas foi nos jornais e era isso que se temia. A parte virtual foi um complemento sabotado para deitar poeira sobre o artigo mediático
..............

Quanto ao resto, há um aspecto em que concordo com o José.

Independentemente da treta que o livro seja, a verdade é que não há-de ser à custa disso que a crítica tem de ficar calada, ou que se pode lançar no tribunal alguém por "calúnia" e com as costas quentes, só pelo facto de todos acharem que é "propaganda".

Rui Manuel Amaral disse...

Caramba, Dragão, que post tão extenso e minucioso para falar deste "género de minhoquices" e "pintelhices"!

dragão disse...

Extenso, aceito que seja. Mas minucioso não.

zazie disse...

O critério do Rui já o "provei". É simples. Limita-se a atirar com a pergunta: "mas acaso nunca fizeste o mesmo na vida?" ´Quem é que não tem telhados de vidro?

Este é outro mito nacional. Fica mal falar-se nestas coisas.

Por mim... estou-me pouco lixando para artistas. Só gosto deles bem mortos.

zazie disse...

E este é que é o único critério seguro para evitar pintelhices artísticas.

Completamente mortos. Com séculos de tijolo em cima para assegurar que nem descendência pode aparecer por perto.

A única coisa que os safa são as obras.

zazie disse...

Quando nem as obras os salvam, só mesmo o cordão sanitário.

Rui Manuel Amaral disse...

Ridículo, Zazie. Não sei se o Drãgão percebeu o meu comentário. Mas tu não percebeste mesmo. Lamento.

Rui Manuel Amaral disse...

A verdade, Zazie, é que para alguém que, como tu, se está a cagar para os artistas e para os livros do Tavares soa um tanto estranho o número de comentários que lhes dedicas. O mesmo se aplica a este post do Dragão. Tanto texto para falar de algo que, segundo ele, é uma pintelhice. Era isso o que eu queria dizer.

zazie disse...

A tua falta de sentido de humor é assutadora.

No entanto, se tiveres bibliografia sobre o assunto, agradeço.

zazie disse...

E, se te incomoda tanto texto para uma pintelhice destas o que vens cá fazer?

Rui Manuel Amaral disse...

Ó diabo... Estavas a brincar? A sério? Não percebi... Que patetice a minha... desculpa lá, zazie.

zazie disse...

Que eu saiba nunca tinhas comentado por estas bandas. Deu-te para te preocupares com o desperdício de banda no blogger?

zazie disse...

":O?

zazie disse...

À falta de desenho fica a tradução:

Se o mundo da criticazinha e dos arrufos artísticos não fosse uma pintelhice, este assunto até poderia fazer sentido, como o José ainda o tentou mostrar.
Por mim, nem a vítima, nem mordomo, nem móbil.
Só curiosidade nos aproveitamentos.
Os séculos de tijolo têm a vantagem de evitar este eriçanços pilosos ao vivo.

dragão disse...

O Rui tem toda a razão, excepto num pequeníssimo detalhe: o postal, se reparar bem, não é sobre a pintelhice.

Anónimo disse...

desculpem lá meter-me mas o Rui tem toda a razão quando diz: "O mesmo se aplica a este post do Dragão. Tanto texto para falar de algo que, segundo ele, é uma pintelhice."

pois é , só que com o Dragão até os pintelhos se tornam arte.

Colateral