sábado, setembro 12, 2009

Extermínios (com)Prometidos


Agora, para loucuras mais sérias - ou a continuação das mesmas, mas com invólucros bem mais perigosos:
«The rise of Israel's military rabbis»

Este trecho, então, é delicioso:
«Rabbis handed out hundreds of religious pamphlets during the Gaza war.
When this came to light, it caused huge controversy in Israel. Some leaflets called Israeli soldiers the "sons of light" and Palestinians the "sons of darkness". »


Embora, ressalve-se, nada original.

Para uma demonstração eloquente, socorro-me dum historiador que, além de conceituado, é judeu. A páginas tantas, escreve ele numa das suas obras mais importantes:
«Nos manuscritos do Mar Morto surge uma versão muito semelhante. Quem quer que tenha sido a seita que os concebeu, subscrevia por certo - pelo menos em determinada época - grande parte da demonologia aceite pelos judeus que escreveram e leram os apócrifos. Por outro lado, em alguns desses escritos encontra-se uma ideia que haveria de ter um desenvolvimento espectacular nos séculos seguintes: a ideia de que o Diabo (Belial, Satanás, ou como quer que se lhe chame) conta com servidores entre os homens e as mulheres vivos, colaboradores humanos, por assim dizer, das hostes de espíritos do mal. No documento conhecido como "A Guerra dos Filhos da Luz contra os Filhos das Trevas, escrito provavelmente no tempo de Jesus Cristo, a seita prepara-se para uma guerra de cinquenta anos durante a qual os seus membros, na qualidade de "Filhos da Luz", exterminarão os gentios, denominados para o efeito "Filhos das Trevas" e também "Filhos de Belial".»
(- Norman Cohn, in "Europe's Inner Demons")

Podemos assim constatar que a seita não evoluiu muito, se é que evoluiu alguma coisa. ´Mas isso não constituíria novidade, nem problema, se não amanhecesse à pendura duma singular e revolucionária circunstância: é que agora já tem armas nucleares. Para não falar, por mero pudor, de todo num arsenal convencional até aos colmilhos.

Quanto ao título e modelo para estes rabis agit/prop, resume-se em duas palavrinhas: comissários políticos.

Além disso, não menos evidente - embora constante, grosseira e militantemente escondido - é o facto historicamente comprovado dos sectarismos peregrinos duma qualquer "Terra Prometida" (leia-se judaísmo e neo-judaísmo, vulgo protestantismo), demandarem com afã de possessos e paixão de alucinados tanto um território quanto um extermínio. O contrato de promessa, de resto, garante esses dois quesitos essenciais (e animadores da aventura): a Terra e o extermínio de quem lá habita. No fundo, as duas faces da mesma moeda, com que uma qualquer divindade de submundo e subúrbio cósmico gratificará, um dia, decerto fantástico, os seus inermes sabujos.



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